Não leu a primeira parte? Clique aqui: http://olhardeale.blogspot.com/2009/08/eu-e-nietzsche-vamos-ao-culto.html
Não leu a segunda parte? Clique aqui:http://olhardeale.blogspot.com/2009/09/eu-nietzsche-vamos-ao-culto-parte-2.html
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Manter Friedrich num ambiente assumidamente cristão foi mais fácil do que eu pensei, em compensação ainda me sentia confuso, na verdade nem me lembro mais o porque o quis levar à minha igreja.
A última música foi cantada e eu desci as escadas para tomar um pouca de água. O grande momento chegara, a exibição hermenêutica do texto bíblico conforme a compreensão do pastor¹, e como todo bom cristão, aquietei-me e coloquei a minha bíblia sobre meu colo, esperando ansiosamente pela referência que seria utilizada. Olhei para o lado. Ele não estava lá. Será que me seguira? Fugiu? Olhei ao meu redor, não avistei ninguém com bigodes extravagantes. Apesar do templo ser razoavelmente grande, creio eu que conseguiria visualizar com facilidade um ser de bigodes tão antiquados. O que me surpreendeu porém, é que Nietzsche estava voltando para o seu lugar através do corredor lateral.
Após olhar as horas no seu relógio de bolso, e verificar sua abotoadeira, Nietzsche simpáticamente elogiou meu pastor, caracterizando-o como uma pessoa gentil, acrescentando porém que para ele era necessário um pouco mais de leitura filosófica ao som de Bach. [Uma semana depois soube que meu querido pastor havia chamado Nietzsche a frente, para lhe dar as boas vindas, como visitante ilustre.] Continuando sem reação, respondi a sua fala com um leve sorriso e olhamos todos para frente mediante o saudoso cumprimento do pregador, quando uma queda de energia fez algumas senhoras murmurarem e uma pequena criança, com o susto, chorar. Apesar de não demorar 7 segundos sem luz todos ficaram apreensivos e demoraram a concentrar-se novamente. Com pouco mais de quinze minutos de pregação do conhecido discurso de Jesus sobre a magnitude do Amor, junto ao plano de salvação, uma nova queda de energia aconteceu. Na verdade não era só uma queda de energia..., era estranho. Uma sensação incômoda tomou conta de mim. Maus pressentimentos surgiram junto com uma forte pontada na cabeça. Tudo estava escuro. Não podia enxergar minha mão diante de mim. Me levantei na tentativa de procurar ajuda, ou saber o que deveríamos fazer, e recebi uma forte pancada na testa. Senti o líquido quente escorrer pela minha sobrancelha. Não entendia o que estava acontecendo. Gritos de dor ao fundo me conduziram subitamente ao desespero. Gritei por ajuda. Gritei pelo pastor. E de plena escuridão o cenário passou a flashs contínuos, como se estivesse piscando os olhos rapidamente diante da luz do sol, então pude ver o espectro de Nietzsche em direção ao pulpito ...................., socar o meu pastor........................, e... fantasmogoricamente "entrar" no seu corpo, não como num desses infantis filmes de terror envolvendo fantasmas, mas violentamente, rasgando peito e traquéia e posicionando por cima dele até assumir totalmente o seu corpo.
...Mais um grito...
Uma sensação prévia de desmaio. Fiquei tonto. Caí de joelhos.
E num passe mágico, ou sei lá o quê, estava eu sentado no meu lugar, com minha Bíblia no colo, todos acomodados, templo iluminado, ventiladores ligados, e... e o pastor pronunciando: "Que o futuro e o remoto sejam a causa de teu hoje. Em teu amigo ama o super-homem como tua origem. Meus irmãos, eu não vos aconselho o amor ao próximo; aconselho-vos o amor ao longínquo."
oO! Meu Deus... isso.. isso, era uma frase de Nietzsche, na verdade, de Zaratustra...
Sim, tinha sido real... era...
E antes que conclui-se o pensamento, uma nova batida na cebeça, uma nova tontura... e tudo escureceu.
Acordei num salto, estava no meu quarto, um sonho? olhei para o relógio, 8:45 da manhã, era um domingo, estava suado, mãos trêmulas... e não me contive...
[... o fim só na outra parte ...]
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oO" Medo tb...
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¹ Popularmente conhecida como, pregação.
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Até eu tô louco pra saber o final! oO!
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¬¬ não... eu não uso drogas... ¬¬
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Leia a quarta parte. Clique aqui:http://olhardeale.blogspot.com/2010/03/eu-e-nietzsche-vamos-ao-culto-parte-4.html