O grande escritor Voltaire em seu conto “O mundo como Está”, conta a história de Babuc, um nômade componente do povo cita que habitava o norte da Europa e da Ásia. Este é enviado pelo anjo Ituriel, para avaliar as condições sociais de Persépolis, cidade Persa que causava indignação aos demais anjos, pela sua má fama. Através do relatório de Babuc, se decidiria a destruição ou conservação da cidade. A jornada do emissário é repleta de constatações que o enche de ira, ou gozo. Para sua surpresa, Babuc admira e compreende as características discrepantes existentes em Persépolis, convencendo Ituriel a preservá-la.
Destaca-se então, o dilema profundo vivido pelo protagonista, que ora aprova, ora condena as atitudes dos habitantes da cidade. Voltaire ressalta o julgamento precipitado do homem mediante as situações, mostrando o quanto é volúvel.
A leitura é útil já que trata-se de uma crítica aguçada também aos problemas sociais contemporâneos e a medida que se entende, que este é um claro exemplo desta forma literária chamada conto, que de forma curta e composta de personagens, climax e desfecho, consegue transmitir uma mensagem central repleta de lições morais para serem analisadas.
"Até quando volubilidade?" é o tema que dá título a este post devido a uma observação minha dos dias atuais e seus componentes fundantes: pessoas, ambiente e situações.
No post de 12 de Dezembro de 2008 já falamos, (na verdade o correto seria eu falei... mas deixa pra lá) sobre as mudanças climáticas, ressaltando a facilidade que o clima tem mudado ultimamente, por isso vamos nos restringir as Pessoas, item 1 que compõe o dia. se você não leu, ou não lembra do post referido aqui CLIQUE aqui: http://olhardeale.blogspot.com/2008/12/eu-e-um-clima-temperamental.html
A inconstância é tão presente neste mundo, que constantemente precisamos nos adaptar a ele. No último post eu dei uma leve pincelada sobre as mudanças de concepções morais a partir do espaço/tempo, o que faz por consequência o universo ao nosso redor mudar de perspectiva. Todavia dentro de uma sociedade, as súbitas mudanças causam conflitos no mínimo irritantes. Aqui entra as questões como desigualdade social e multiplicidade de ações, como corrupção e misericórdia. Voltaire, um iluminista francês consegue através da sua crítica mostrar o quanto isso é comum desde o século XVII, vemos por exemplo, a constante variabilidade da Lei em algumas circunstâncias.
O que mais me preocupa (além do fato de já ter mudado cinco vezes o caminho deste post) é que toda essa inconstância do mundo, das situações ao nosso redor, nos afeta psicologicamente, criando uma forte tendência a mudanças precipitadas de opinião, de humor e de sentimentos. Passamos de Amor à Ódio num piscar de olhos. Mudamos de partido a cada nova notícia e Ora estamos alegres, ora estamos tristes. O caos afeta-nos tanto, que tem crescido o número de portadores de depressão maníaca, ou transtorno bipolar, caracterizado pelas súbitas mudanças de humor.
[Ah... quero escrever mais não...]
Para conhecer o conto de Voltaire o qual fiz uma resenha no início, acesse http://www.4shared.com/file/24097680/bb030d69/Voltaire_-_O_Mundo_Como_Est.html?s=1 e faça o download dele. Vale a pena!
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fiquei intrigada Lelê... estou muito interessada em ler. Ótima postagem!!
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